Na manhã do dia 2 de junho, a Gerência do INSS/Recife promoveu a sexta edição do Seminário do Serviço Social no INSS, no auditório da Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire). O evento, apoiado pelo Conselho Regional de Serviço Social de Pernambuco (CRESS – 4ª Região) reuniu muitos/as assistentes sociais e estudantes de Serviço Social.
O seminário foi destinado para Assistentes Sociais do INSS e de outras instituições das diversas políticas públicas, bem como para estudantes da graduação de Serviço Social. Marcou o dia 15 de maio, Dia do/a Assistente Social. O objetivo foi problematizar a política de previdência social em interface com as demais políticas públicas que compõem a Seguridade Social.
Na mesa de abertura, a conselheira do CRESS/PE, Márcia Roberta Cavalcanti, destacou a importância do seminário para debater o trabalho do serviço social na previdência, a regressão de direitos para a população e a mensagem da campanha do conjunto CFESS-CRESS, que convida o/a assistente social a radicalizar na luta em defesa da classe trabalhadora.
Márcia enfatizou que a classe trabalhadora está refém das medidas do governo golpista e que a mercadoria que está sendo vendida são os direitos da população. “É um momento difícil e importante para refletirmos como podemos articular nossa luta. E o Serviço Social vem nessa luta para reafirmar o seu projeto crítico e autônomo da classe trabalhadora”.
DEBATE
Depois, houve um debate sobre com uma mesa única intitulada “Regressão dos direitos sociais e implicações ético-políticas para o exercício profissional do Serviço Social”, com falas da professora Yolanda Guerra (UFRJ) e da Assistente Social no INSS/RJ, Marinete Cordeiro, que trouxeram explanações importantes sobre o cenário de crise e os rebatimentos no Serviço Social.
A professora da UFRJ, Yolanda Guerra destacou em sua fala que a atual crise rebate em cada profissão de uma forma particular. E o Serviço Social, que tem uma postura crítica da realidade, acaba sendo impactado diretamente. “O/a assistente social, enquanto trabalhador/a, sofre no exercício profissional com os vários revezes pela destruição de direitos pelo que estamos passando.”
Ela fez uma rápida análise sobre a crise e as particularidades no nosso país no que se refere a questão dos processos democráticos. “Nossa democracia é fragilizada. E isso se deve ao fato de não termos construído canais, instâncias ou práticas de participação popular. As decisões sempre vem do alto e que impacto que isso tem na atualidade, com os ‘desvalores’ construídos pelo capitalismo.”
Yolanda Guerra destacou que estamos passando por transformações estruturais e deveríamos com orientação única dos setores mais progressistas. “Devemos se juntar com outros setores progressistas. É o que Lenin falava: é a vontade organizada das massas. Estamos precisando da organização. Que essas forças progressistas se unifiquem num projeto que tenha uma orientação e que seja mobilizado e articulado a partir dessas forças, que são os partidos políticos, o meio para se chegar ao poder. E a melhor forma de expressar a força popular é indo para as ruas mesmo, contra todos esses ataques.”
PREVIDÊNCIA
A assistente social Marinete Cordeiro falou sobre o Serviço Social e o rebatimento na situação com a conjuntura atual no país dentro da nossa profissão. Com destaque para o Serviço Social na Previdência. “Vivemos momentos complexos, com uma conjuntura muito recessiva e difícil, com a lógica da banalização e restrição de direitos que valeram décadas de conquistas. E como o serviço social atua historicamente com a operacionalização das políticas sociais, esse rebate vem diretamente no exercício profissional e em todas as políticas: saúde, assistência, previdência, educação. Particularmente na previdência estamos vivenciando mais uma tentativa histórica de contrarreforma.”
Segundo ela, com a desvalorização do INSS e a extinção do Ministério da Previdência Social, colocando-o como apêndice do Ministério da Fazenda, mostrou o que está por traz dessa lógica. “Tudo isso fragiliza o serviço e o fluxo de atendimento à população daquele/a trabalhador/a que busca o serviço e a efetivação do seu direito. “
Para Marinete Cordeiro, há uma luta para a manutenção do Serviço Social da Previdência enquanto direito. “A grande questão é reforçar a atuação junto a movimentos sociais da classe trabalhadora, como frentes, fóruns e centrais sindicais. Precisamos fomentar e potencializar a organização coletiva. Mas ao mesmo tempo é preciso reafirmar os princípios desse serviço e a importância de atuar junto com os/as usuários/as para que se juntem a nós nessa defesa. Porque se ficarmos só dentro da instituição, o serviço pode se extinguir e prejudicar a população.”