Fale no WhatsApp Voltar ao Topo
Transparência e Prestação de Contas

Transparência e Prestação de Contas

Transparência e Prestação de Contas

Transparência e Prestação de Contas

X
Registro Profissional

Registro Profissional

Orientação e Fiscalização

Orientação e Fiscalização

Orientação e Fiscalização

Orientação e Fiscalização

X
Notas Técnicas e Legislações

Notas Técnicas e Legislações

Canais de Atendimento

Canais de Atendimento

Canais de Atendimento

Canais de Atendimento

X
Serviços Online

Serviços Online

Serviços Online

Serviços Online

X

Lutar pelo direito à terra, é lutar pela Democracia!

17/04/2024 às 09h57

Carla Caminha, assessora da Diretoria de Organização e Formação da FETAPE, coordenadora da Escola Fé e Política Padre Humberto Plummen e 2º tesoureira da gestão “Quem elegeu o caminho, não recusa a travessia”
Fotografia: Acervo Fetape

Há 28 anos, no dia 17 de abril de 1996, o Brasil recebia, atônito, a notícia de mais um massacre contra seu próprio povo: em Eldorado dos Carajás, no estado do Pará, 19 trabalhadores sem-terra foram assassinados por policiais militares, após o bloqueio de uma rodovia naquele Estado. Centenas de pessoas ficaram feridas e 69 mutilados. Da dor dos que tombaram na luta, nascia o Dia Internacional de Luta pela Terra, declarada primeiramente pela Via Campesina. No Brasil, neste mesmo dia, foi instituído o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Por memória e por justiça, esse dia nunca mais será mais um dia.

A Jornada Nacional de Lutas insiste e persiste na luta pelo avanço da Reforma Agrária em nosso país. Passados 28 anos, as ocupações realizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) continuam sofrendo com a repressão policial e com a criminalização dos movimentos populares. Hoje, mais do que nunca, é preciso reafirmar: “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhuma pessoa sem a dignidade que provém do trabalho”. Essa corajosa exortação, feita pelo Papa Francisco em seu discurso no I Encontro Mundial dos Movimentos Populares, em 2014, exige um compromisso ético-político da humanidade com todas as pessoas oprimidas, exploradas, massacradas.

“Nenhum camponês sem terra!” Essa bandeira de luta agrega, para mim, as estratégias técnico-políticas que, como Assistente Social, no bojo do projeto ético-político da profissão, escolhi abraçar. A defesa intransigente da Democracia se impõe e a luta por equidade e justiça social nos obriga a empunhar a bandeira pela consolidação da cidadania e universalização do acesso às políticas sociais a toda a população.

A terra é nossa mãe e cultivar a terra é perpetuar a vida. É do cultivo e do cuidado que a nobre missão de gerar vida e garantir o alimento na mesa de todas as pessoas, no campo e na cidade, é abraçada pela Agricultura Familiar. O dia 19 de abril, em Pernambuco, é o Dia Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, em alusão à data da morte, ocorrida nesse dia no ano de 2015, do ex-deputado estadual Manoel Santos, que foi o primeiro agricultor familiar a ocupar um assento na Assembleia Legislativa de Pernambuco.

A resistência vem do campo, na manifestação de corpos vivos, em uma terra viva. Sem veneno e sem violência, com respeito à ancestralidade e ao chão que nos abriga. Seja no sol escaldante, na chuva incessante, a vida pulsa! E a agricultura familiar é geradora da vida, cuida da mãe terra e garante o sustento das gentes. Como já disse Caetano Veloso, gente é para brilhar e não pra morrer de fome. E é do campo, superando dificuldades e muitos desafios, que o agricultor e a agricultora lançam a semente, ara a terra, colhe os frutos e geram alimento.

O nosso Código de Ética tem como um dos princípios fundamentais a opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero. Enquanto subsistirem os grandes latifúndios improdutivos, tantas famílias sendo expulsas de suas terras e o ciclo da violência sendo perpetuado, no campo e na cidade, esse princípio continuará se impondo a todas, todos e todes nós!

As lutas camponesas fazem um país democrático! Agricultura familiar cuida da terra e alimenta o mundo! E é pela Reforma Agrária que o Brasil trilhará o caminho da partilha da terra e do pão.

Utilizamos coockies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições. Leia mais

Perguntar Depois